quarta-feira, 19 de agosto de 2009



Disfarça garça!

Graça que bica o charco.

Cutuca o barro humano.

Cobras, lagartos e lodo.

Num melhor dia, comes e bebes.

Vinho a noite,

Sal de frutas na madrugada e ronco no amanhecer.

Garça, linda!

Afina o bico e remexa mais o charco.

Bica o fétido estrume nosso de cada dia.

Disfarça, garça.

Águas límpidas ?

Há ainda limpidez?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Os dias estão mais frios e convidativos.
Minha cama, vazia.
Você vai e vem daqui.
Quero partir, viver, sorrir, esquecer.
Hoje corro atrás das areias quentes dos trópicos
Minhas malas prontas estão.
Parto só.
Melhor ficar longe de quem só dá o ar da graça.
Aprendo a cortar os laços da estranheza.
Sou mais eu comigo mesma.
Até....

sábado, 4 de outubro de 2008

Solidão desde manhã.
Coisas de mim passam pela minha veia e percorre caminhos escuros.
Guardiã de mim, minha alma indaga: solidão pra quê?
Nada em especial, quero crer.
Tenho sim falta de cheiros , de beijos, de desejos, de um deslize.
Foi ela, essa solidão de não sei de quem e do quê, que se fez assombração e me desemperrou.
Paixão vermelha que arde no clitóris, no peito, na língua, estou.
Vou festar essa felicidade estranha.
Palmas prá ela.
Palmas pro ardor dela.
Palmas pelo acontecimento.
Tudo mudou de vez, bem sei.
Onde errei? Onde acertei? Onde? Onde?
O destino me jogou no meio de flores de beleza fria e perfume bom.
Brota então da minha mente imagens outonais fervidas em mel. Tudo vira festa e minha alma pega fogo.
Onde vou com as labaredas dela?
Lápis e papel me convidam, por que não?
Nasce então as cartas de minha alma pegando fogo.
Ah! solidão, que de ti será?
De mim brotará margaridas, rosas, cravos, amores perfeitos, lírios.
Jardins frescos onde repousará minha alma ardente.
Que seja, que venha, que acenda.
Amém.